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terça-feira, 21 de junho de 2011

Como trazer o morrer de Cristo quando sofremos



Jared C. WilsonJared C. Wilson
2 Coríntios 4.6-12
Pois Deus, que disse: “Das trevas resplandeça a luz” ele mesmo brilhou em nossos corações, para iluminação do conhecimento da glória de Deus na face de Cristo.
Mas temos esse tesouro em vasos de barro, para mostrar que este poder que a tudo excede provém de Deus, e não de nós. De todos os lados somos pressionados, mas não desanimados; ficamos perplexos, mas não desesperados; somos perseguidos, mas não abandonados; abatidos, mas não destruídos. Trazemos sempre em nosso corpo o morrer de Jesus, para que a vida de Jesus também seja revelada em nosso corpo. Pois nós, que estamos vivos, somos sempre entregues à morte por amor a Jesus, para que a sua vida também se manifeste em nosso corpo mortal. De modo que em nós atua a morte; mas em vocês, a vida.
Essa é uma bela e profunda passagem. O retrato pintado aqui é da fragilidade de um vaso de barro que contém um tesouro inestimável (“[a] iluminação do conhecimento da glória de Deus na face de Cristo”). É algo eternamente precioso colocado dentro de algo com prazo de validade. Somos um cofre de porquinho carregando dentro de nós o Diamante da Esperança. O que Paulo quer retratar com essa imagem é que quando o vaso é quebrado, no sofrimento, o tesouro se torna visível.
Quando sofremos, mostramos do que somos realmente feitos.
O propósito do sofrimento para o crente, então, é revelar essa luz de Cristo, revelar a imagem de Cristo, e fazemos isso ao sofrermos como ele sofreu, ao sermos conformados à imagem do Salvador crucificado. Mas como fazemos isso? Como podemos ativamente, em meio às nossas dores e feridas, trazer a morte de Jesus em nossos corpos, para que a vida de Jesus seja vista em nossos corpos?
Eu olho para a própria morte de Jesus para responder. Em suas palavras lá na cruz, eu vejo as formas de morrer, e de morrer para mim mesmo, de modo cristocêntrico.

1. Seja sincero com Deus

“Meu Deus! Meu Deus! Por que me abandonaste?”
Jesus está citando aqui o Salmo 22, e como eu argumentei no meu livroYour Jesus is Too Safe (“Seu Jesus é seguro demais”), eu não acredito que Deus de fato tenha abandonado Jesus na cruz, da mesma forma que o Salmo 22 não fala de ser abandonado por Deus, mas na verdade sobre como Deus não abandona seus filhos. Mas o começo do Salmo 22 e as palavras de Jesus aqui retratam certamente um sentimento de abandono. E nisso nós vemos que não há problema em ser honesto com Deus. Muitas vezes, seja por medo da dor da subseqüente vulnerabilidade ou seja por uma teologia errada que nos diz que devemos estar sempre sorrindo ou Deus não vai mais gostar de nós,  nós nos omitimos perante Deus, achando que podemos conseguir dEle a cura, o conforto ou a aprovação ao engolirmos em seco e fingirmos que não estamos sofrendo. Mas o salmista não faz isso. Os profetas não fazem isso. E Jesus não fez isso. De qualquer forma, você não pode esconder nada de Deus mesmo. Ele vê o seu sofrimento. Seja sincero com ele. Ele aguenta. Ser honesto com Deus é o caminho para não nos omitirmos, o caminho para entregarmos tudo em Seu altar para que ele cuide. Isso é exatamente o que Jesus fez, mesmo em sua angústia. Nós mostramos que Jesus é real, em mais de uma forma, quando concordamos em expor tudo a Deus.

2. Perdoe

“Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que estão fazendo”
Uma forma irônica de abraçar o poder de Deus em meio à dor é perdoar aqueles que te machucaram. Falta de perdão gera amargura, o que não alivia a dor, só a potencializa. Quando perdoamos nossos inimigos e abençoamos aqueles que nos perseguem, glorificamos a Deus por reconhecer que ele é o Juiz soberano sobre tudo e que a vingança pertence a ele. E nós mostramos o tesouro de Cristo, que perdoou até morrer aqueles que o odiavam.
Quando perdoamos nossos inimigos, mostramos o tesouro de Cristo, que perdoou até morrer aqueles que o odiavam.

3. Submeta-se à soberania de Deus

“Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito”
Essa é a forma de Jesus dizer “não seja feita a minha vontade, mas a tua” estando à beira da morte.  Talvez não saibamos todos os porquês do nosso sofrimento, mas como Rich Mullins cantava, “Não doeria menos, mesmo que fosse explicado”. Como cristãos, o que podemos saber é que Deus planejou a dor para nos lembrar que o mundo e aqueles que vivem nele estão caídos por causa do pecado. Nós podemos saber que “a dor é o megafone de Deus”, como C. S. Lewis nos lembra, para nos acordar para a realidade de que algo está errado e que precisamos de um Consolador. E nós podemos saber, graças à revelação de Deus em sua palavra escrita, que o grande propósito do sofrimento para o cristão é ser conformado à imagem de Cristo. Nós entregamos nossos espíritos nas mãos do Pai ao deixarmos de lado nossos apelos pessoais e confiarmos que Deus está revelando o tesouro de Cristo em nossos corpos pelo próprio decaimento deles. Olhemos para a ressurreição vindoura, quando teremos nossos corpos eternos, fortalecidos pelo Espírito e imersos na glória do Filho ressurreto. Ecoemos a declaração de Jó: “Embora ele me mate, ainda assim esperarei nele”. Aquele capaz de dizer isso engrandece a Cristo.
Podemos saber que o grande propósito do sofrimento para o cristão é ser conformado à imagem de Cristo.

4. Foque no evangelho de Jesus Cristo

“Está consumado”
A obra está terminada. Essa é a grande mensagem das boas novas: ele completou a obra! (Esse também é o clamor final do Salmo 22). Nós podemos, em nosso sofrimento, ter a esperança de que a obra consumada de Cristo, quando cremos nela com nossos corações, é o pagamento final da obra começada em nós. O evangelho nos diz que somos perdoados dos pecados, que estamos debaixo da graça, que temos a abençoada esperança do retorno de Cristo, que seremos ressurretos como ele foi e que receberemos a herança da rica presença de Cristo nos novos céus e na nova terra. O evangelho nos diz que Deus será fiel em cumprir a obra que começou. Assim, a fragilidade de nossos vasos de barro não é o caminho descendente para o túmulo, mas o caminho ascendente para a eternidade. Quando focamos no evangelho quando sofremos, nós, homens moribundos, comunicamos a outros homens moribundos que há uma esperança real para pessoas reais. Fazemos Cristo manifesto em nosso testemunho. Podemos declarar juntamente com Jó: “E depois que o meu corpo estiver destruído e sem carne, verei a Deus. Eu o verei com os meus próprios olhos”. E também “Eu sei que o meu Redentor vive, e que no fim se levantará sobre a terra”.
Se pudermos aplicar essas palavras da cruz em nossos períodos de sofrimento, nós podemos trazer a morte de cruz de Cristo em nossos corpos, assim revelando que aquele que é a vida eterna é o nosso verdadeiro tesouro.
Traduzido por Filipe Schulz | iPródigo.com | Original aqui

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